Vítor Roque quer exibir o seu talento na seleção do Brasil sob Ancelotti
Há uns meses, as coisas pareciam correr mal para ele. Mas agora, Vítor Roque é um dos avançados mais mortíferos do Brasil e integra os planos de Carlo Ancelotti para o Mundial de 2026 na América do Norte.
Os golos fugiram lhe nos primeiros 12 jogos pelo Palmeiras. O emblema quebrou o recorde sul americano ao pagar 25,5 milhões de euros, cerca de 156,8 milhões de reais na cotação atual, ao Barcelona no início do ano.
E, nesses períodos complicados, não faltaram vozes críticas a relembrar a sua passagem sem êxito pela Europa.
"Quando regressei da Europa, voltei abatido, assim, do ponto de vista psicológico. Sem qualquer confiança. E no Palmeiras, o professor Abel Ferreira incutiu essa confiança em mim", relatou Vítor Roque com um sorriso, enquanto se prepara com a seleção brasileira para os jogos amigáveis frente ao Senegal, no sábado, em Londres, e diante da Tunísia, na próxima terça feira, em Lille, na França.
"E graças a Deus consegui marcar golos, dar assistências, e hoje estou aqui na Seleção", prosseguiu o avançado de 20 anos em conferência de imprensa na quinta feira.
A série sem golos acabou por fim no dia 4 de maio: Vítor Roque inaugurou o marcador, oferecendo ao conjunto paulista o triunfo por 1 a 0 sobre o Vasco no campeonato brasileiro.
Ele acumula já 16 golos e três assistências em 30 partidas na prova. Celebra cada golo com as mãos semiabertas, como garras, e com o seu apelido, "Tigrinho", incute temor nas defesas rivais.
No topo da tabela de melhores marcadores do torneio, só é ultrapassado pelo uruguaio Giorgian de Arrascaeta, do Flamengo, e por Kaio Jorge, do Cruzeiro, ambos com 17 golos.
Ao longo da época, criou uma ligação produtiva com o argentino 'Flaco' López, peça chave na luta do Palmeiras com o Flamengo pelo comando.
Além disso, facturou quatro golos na Taça Libertadores, em que Palmeiras e Flamengo se defrontarão numa final totalmente brasileira no dia 29 de novembro, em Lima.
Homenagem ao pai
"Ele está a fazer um bom trabalho", comentou Ancelotti. O progresso de Vítor Roque surge num momento em que o treinador italiano procura um número 9 para o Mundial do próximo ano, nos Estados Unidos, México e Canadá.
Existem vários candidatos, como Matheus Cunha, Richarlison, João Pedro, Kaio Jorge e agora o próprio Vítor Roque, mas nenhum alcançou o estatuto de indispensável que ícones como Romário ou Ronaldo exibiram.
O avançado do Palmeiras ambiciona destacar se na feroz concorrência e voltar a mostrar as suas garras com a celebração típica, uma homenagem ao pai.
"O apelido dele era sempre 'Tigrão'. Aí, num jogo, marquei o golo e celebrei desta forma e colou. E se Deus quiser, vou fazer um golo aqui, vou celebrar assim", afirmou Roque.
No Barcelona, para o qual se transferiu do Athletico PR por 30 milhões de euros, 184,5 milhões de reais, disputou apenas 319 minutos em 14 encuentros da LaLiga na temporada 2023 2024, com dois golos.
Com Robert Lewandowski acima dele na hierarquia, Xavi, treinador do Barcelona na altura, utilizou o pouco.
Na época seguinte, cedido ao Betis, marcou quatro golos em 22 jogos no campeonato espanhol. Uma evolução, mas ainda sem uma afirmação total.
Do cisne negro ao cisne branco
Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, elogia o. "Ele é o cisne negro que se transformou em cisne branco", disse o técnico português, recordando a onda de críticas que Vítor Roque enfrentou ao chegar ao Verdão.
"Talvez, os que criticaram antes digam agora que ele é o melhor do mundo. Deixámos tempo para que as penas mudassem e para que as pessoas vissem que ele é mais do que mostrou quando esteve fora", acrescentou Abel.
Um possível regresso à Europa é debatido, enquanto o agente do jogador, André Cury, aborda a imprensa sobre propostas de clubes influentes da Premier League.
Ainda que voltar ao futebol europeu seja "um sonho", nas palavras do próprio avançado, por ora ele desfruta da sua excelente forma no Palmeiras e da chance de envergar a camisola da 'amarelinha'.
Ele conta com apenas um jogo no currículo pela seleção principal do Brasil: uma derrota por 2 a 1 ante o Marrocos num amigável em março de 2023, sob o comando do então interino Ramon Menezes, com quem brilhou na seleção sub 20.