Visão de Messi num estádio na Índia acaba em confusão entre os adeptos
A passagem de Lionel Messi por este sábado (13) num estádio em Calcutá, na Índia, concluiu com a partida prematura do craque argentino e distúrbios provocados por espetadores que acusaram os promotores do acontecimento de burla, tendo o responsável principal sido preso pelas autoridades.
Durante a sua deslocação à Índia, onde é venerado, Messi foi acolhido no estádio Salt Lake por milhares de indivíduos que entoavam o seu nome e envergavam a camisola da seleção argentina.
No entanto, a antecipação depressa virou desilusão, pois os assistentes sentiram-se iludidos pela curta duração do espetáculo, o que desencadeou os altercados.
De acordo com os media locais, o atleta de 38 anos efetuou uma volta de honra pelo relvado a saudar a assistência e, logo a seguir, abandonou o local, apesar de estar previsto que tomasse parte num jogo de exibição.
O descontentamento de alguns adeptos, vários dos quais desembolsaram mais de US$ 100 (R$ 540 ao câmbio atual), irrompeu.
Cadeiras foram desprendidas das bancadas e lançadas para o campo, juntamente com garrafas de água. Certas pessoas até invadiram o terreno de jogo.
"Ver Messi era um sonho realizado. Contudo, não consegui avistá-lo por causa da falta de organização no estádio", lamentou Nabin Chatterjee, um empresário de 37 anos, em declarações à AFP.
"Trouxe o meu filho para ver o Messi, não para políticos", queixou-se Ajay Shah, mencionado pela agência noticiosa indiana PTI.
Segundo Shah, ao passo que ele não avistou o ídolo, agentes da polícia e militares responsáveis pela segurança "tiravam selfies" com o jogador.
Responsável pela organização é detido
As entidades tomaram ações contra os organizadores do evento.
A chefe do governo de Bengala Ocidental, Mamata Banerjee, manifestou-se "abatida" pela desorganização.
"Apresento as minhas sinceras desculpas a Lionel Messi, assim como a todos os entusiastas do desporto e aos seus admiradores, pelo lamentável episódio", escreveu Banerjee na sua conta de X, adicionando que uma inquirição foi lançada.
Um responsável da polícia estadual, Javed Shamim, declarou que "o cabeça da organização" fora detido. Não adiantou mais pormenores, mas indicou que as autoridades irão assegurar que os promotores reembolsem os indivíduos que adquiriram bilhetes para o evento.
A Federação de Futebol da Índia (AIFF) emitiu um aviso para sublinhar que não interveio na "organização, planeamento e realização" do acontecimento.
"Ademais, os pormenores do evento não foram transmitidos à AIFF, nem foi pedida qualquer licença à federação", refere o comunicado.
Antes da chegada de Messi ao estádio Salt Lake, foi descerrada em Calcutá uma estátua de 21 metros do astro argentino a erguer o troféu do Mundial.
O número 10, ao lado dos seus colegas do Inter Miami Rodrigo de Paul e Luis Suárez, prosseguirá a sua viagem pela Índia em Hyderabad, Mumbai e Nova Deli. Segundo os media locais, Messi deverá reunir-se com o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, ao longo da sua estada na capital.
"A Índia é um país fervoroso pelo futebol e espero contactar uma nova geração de fãs enquanto partilho o amor que nutro por este belo desporto", afirmou o argentino num comunicado antes da sua deslocação.