Organização de direitos humanos acusa ligação entre Infantino e Trump à comissão ética da FIFA
A organização de defesa dos direitos humanos FairSquare dirigiu uma queixa à comissão de ética da FIFA, afirmando que o presidente da entidade, Gianni Infantino, infringiu o seu dever de neutralidade para beneficiar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou a ONG esta terça-feira (9).
A proximidade entre os dois dirigentes, evidente desde o regresso do líder americano ao poder em janeiro de 2025, alcançou um novo nível no sorteio da Copa do Mundo de 2026 na passada sexta-feira, com a entrega do recentemente criado Prêmio da Paz da FIFA a Trump.
A FairSquare sustenta que atribuir tal distinção a um líder político em funções representa uma evidente violação do dever de neutralidade da FIFA, conforme previsto no artigo 15 do seu código de ética.
Na queixa, datada de segunda-feira e consultada pela AFP, a organização solicita à comissão de ética que investigue as circunstâncias que rodearam o anúncio deste prémio em novembro e o envolvimento de Infantino em todo o procedimento, pormenores sobre os quais a FIFA nunca divulgou informações.
A FairSquare refere ainda o apelo de Infantino em outubro para que Donald Trump recebesse o Nobel da Paz, bem como os seus comentários positivos sobre as políticas internas do presidente americano.
Dado que os Estados Unidos coorganizam a Copa do Mundo de 2026 com o Canadá e o México, é compreensível e apropriado que Infantino procure estabelecer uma relação funcional e diplomática com o presidente americano, admite a ONG com sede em Londres.
No entanto, ao endossar de forma clara a agenda política do presidente Trump a nível nacional e internacional, a conduta de Infantino compromete a integridade e a reputação do futebol e da própria FIFA, defende a FairSquare.
Questionada pela AFP, a FIFA não confirmou a submissão da queixa à sua comissão de ética nem comentou o seu teor.