Itália busca escapar da repescagem e de outro revés nas qualificações para a Copa de 2026
Os prognósticos e as conjeturas terminaram os cálculos: as qualificações europeias para a Copa do Mundo de 2026 acabam nos próximos cinco dias, e a Itália tetracampeã em 1934, 1938, 1982 e 2006 requer quase um prodígio para não disputar uma repescagem que evoca recordações ruins, com as quedas para as Copas de 2018 e 2022.
A posição da Azzurra agrava se mais uma vez: a Itália não avança às oitavas de final de uma Copa do Mundo desde o seu derradeiro triunfo em 2006. Nos últimos 20 anos, foi afastada na fase de grupos na África do Sul em 2010 e no Brasil em 2014, antes de nem mesmo se qualificar para o torneio na Rússia em 2018 e no Catar em 2022.
Em segundo no Grupo I, três pontos atrás da Noruega, a Nazionale tem de bater a Moldávia e desejar um deslize da equipa de Erling Haaland frente à Estónia para aspirar ao primeiro lugar, a única posição que assegura o apuramento direto, antes de um confronto decisivo com os nórdicos a 16 de novembro no San Siro.
Caso fiquem empatadas em pontos após esses dois jogos, a Noruega beneficia de um saldo de golos bem superior, +26 contra +10, uma margem quase impossível de ultrapassar pela Itália com só duas jornadas restantes.
No pior cenário, os italianos asseguram lugar nos playoffs, ainda que isso desperte memórias recentes: saíram nessa fase em 2017 ante a Suécia e em março de 2022, pouco depois do êxito na Eurocopa, pela humilde Macedónia do Norte.
Alemanha: triunfar e impressionar
A Alemanha, outra tetracampeã em 1954, 1974, 1990 e 2014, também atravessou tempos mais felizes: desde o triunfo de 2014, não superou a fase de grupos nas duas edições subsequentes.
Anfitriã da Euro 2024, onde exibiu um futebol cativante sob Julian Nagelsmann, a Mannschaft viu o sonho de mais um título gorar nos quartos de final, na extra time, pela Espanha, que viria a vencer o torneio.
No caminho para a América do Norte, a Alemanha comanda o Grupo A, empatada em pontos com a Eslováquia, oponente na derradeira jornada após deslocação ao Luxemburgo.
Em teoria, os dois encontros são viáveis, mas qualquer erro pode remeter os alemães à repescagem, sem oportunidade de recuperação.
Outras forças europeias como França, Espanha e Portugal aproximam se das duas rondas finais sem preocupações e não enfrentarão grandes obstáculos para selar as presenças na próxima Copa do Mundo.
Portugal, que por instantes em outubro teve o apuramento ao alcance, viu o momento adiado para novembro por um golo da Hungria.
Agora, o Cristiano Ronaldo eterno pode confirmar a sua vaga na sexta e possivelmente última Copa do Mundo ante a República da Irlanda, embora um tropeço húngaro baste para levar a Selecção Nacional à América do Norte.
Inglaterra joga partidas de preparação
A França, finalista nas duas últimas Copas do Mundo, vitoriosa em 2018 e vice em 2022, já tem pelo menos lugar na repescagem, e um triunfo sobre a Ucrânia esta quinta feira em Paris selará o apuramento.
A Espanha, campeã europeia vigente, também brilhou na fase de grupos, vencendo todos os jogos e marcando 15 golos sem conceder qualquer um, antes de defrontar Geórgia e Turquia.
Consoante o resultado dos turcos com a Bulgária, até um empate pode bastar à Roja para garantir o bilhete para a Copa do Mundo.
Equipas habituais em Mundiais recentes, como Holanda, Bélgica e Croácia, vice em 2018 e terceira em 2022, encontram se em posição cómoda para estas duas rondas finais, e um êxito assegura a qualificação.
Para a Inglaterra, esta janela da FIFA é pura rotina, pois o apuramento foi conquistado no mês passado.
O seu treinador, Thomas Tuchel, pode tratar os duelos com Sérvia e Albânia como jogos de aquecimento para refinar a equipa inglesa, que em 2026 ambiciona quebrar um jejum de 60 anos sem troféus, desde o Mundial em casa em 1966.