Flamengo enfrenta Cruz Azul na Taça Intercontinental num novo episódio da rivalidade entre Brasil e México
Brasil e México vão adicionar mais uma página à sua longa rivalidade futebolística esta quarta-feira dia 10, com o embate entre Flamengo e Cruz Azul nos quartos de final da Taça Intercontinental.
O Flamengo aterra no Qatar como detentor do título da Taça Libertadores e do Campeonato Brasileiro, ao passo que o Cruz Azul, vencedor da Liga dos Campeões da Concacaf, foi afastado da Liga Mexicana na semana passada, depois de cair na meia-final diante do Tigres de Monterrey.
Flamengo com mais descanso
Este ano, o Flamengo, mesmo tendo alcançado a dobradinha no Brasil e na América do Sul, beneficiou de um período extra para se preparar para o jogo e agora procura alargar o seu domínio nacional e continental a toda a América.
Para o conseguir, precisará inverter um histórico desfavorável frente a equipas mexicanas em competições oficiais: três derrotas e só uma vitória em quatro encontros, que deixaram marcas profundas. Um desses episódios foi a derrota humilhante nas meias-finais de 2008, por 3 a 0 em casa perante o América no Estádio do Maracanã, apesar da vitória por 4 a 2 no jogo da primeira mão no Estádio Azteca. O outro ocorreu em 2014, com perdas nos dois jogos da fase de grupos contra o León, o que levou à eliminação.
Este será também o primeiro confronto oficial entre Flamengo e Cruz Azul: até agora, jogaram três amigáveis (dois em 1985 e um em 1987), com um empate e duas vitórias para o Cruz Azul.
A principal dúvida no conjunto carioca é se o avançado Pedro, afastado dos relvados nos últimos meses por lesão, estará em condições de regressar no Qatar, depois de ter seguido viagem com o plantel.
O treinador Filipe Luís não poupou elogios ao oponente.
"O Cruz Azul é uma equipa muito competitiva e bem preparada. A liga mexicana é extremamente disputada, com grande poder financeiro. É um conjunto com excelentes jogadores, muita qualidade técnica, forte fisicamente. Defendem de forma agressiva, pressionam alto e procuram sempre dominar o jogo. Tentam recuperar a bola rapidamente e atacar sem descanso. Nós pensamos o futebol de modo semelhante, pressionamos e controlamos a posse de bola, por isso será um jogo equilibrado e intenso", comentou o timoneiro do Flamengo.
O Cruz Azul, por outro lado, não pode contar com um dos seus pilares, o defesa central Jesús Orozco, lesionado no duelo com o Tigres.
Os 'celestes' chegam sob o comando do técnico argentino Nicolás Larcamón, que enfrenta enorme pressão após a saída precoce contra o Tigres e as manifestações dos adeptos a pedir a sua saída.
Falta de troféus
O domínio claro do México nos torneios da Concacaf (os clubes mexicanos somam 40 dos 62 títulos continentais) não se verificou quando as suas equipas competiram nas provas da Conmebol, apesar dos elevados orçamentos.
Sem jamais ter vencido a Taça Libertadores (perdeu três finais, entre elas a de 2001 para o Boca Juniors), só o Pachuca conseguiu um triunfo numa competição com clubes sul-americanos: a Taça Sul-Americana de 2006 frente ao Colo Colo, do Chile.
Na já extinta Taça Interamericana, que opunha o campeão da Taça dos Campeões da Concacaf ao vencedor da Libertadores entre 1986 e 1997, o Club América, do México, ergueu o troféu duas vezes e o Pumas, uma.
Se tivermos em conta todos os duelos entre clubes mexicanos e da Conmebol nas Taças Libertadores, Sul-Americana, Recopa Sul-Americana e Mundial de Clubes da FIFA, o registo aponta para 42 vitórias brasileiras, 16 empates e 35 sucessos mexicanos.
A vitória mais recente entre estas foi a do Pachuca sobre o Botafogo no Mundial de Clubes do ano transacto, com o emblema mexicano a impor-se por 3 a 0. O Botafogo havia rumado diretamente ao Qatar do seu estádio após conquistar o título do Campeonato Brasileiro, poucos dias depois do êxito na Taça Libertadores.
Prováveis onzes iniciais:
Flamengo: Agustín Rossi - Guillermo Varela, Danilo (Léo Ortiz), Léo Pereira, Alex Sandro - Erick Pulgar, Jorginho, Arrascaeta, Jorge Carrascal, Samuel Lino e Bruno Henrique. Treinador: Filipe Luís.
Cruz Azul: Andrés Gudiño - Willer Ditta, Erik Lira, Gonzalo Piovi - Jorge Sánchez, Lorenzo Faravelli, Carlos Rotondi, Omar Campos - José Paradela, Ignacio Rivero e Gabriel Fernández. Treinador: Nicolás Larcamón.