EUA abandonam acusações contra antigo executivo argentino da Fox ligado ao Fifagate
O governo norte-americano optou por abandonar as acusações contra um antigo responsável da cadeia Fox implicado no escândalo de corrupção da FIFA, designado por Fifagate, que provocou uma grave crise na entidade que governa o futebol mundial.
Na terça-feira, os procuradores comunicaram ao Supremo Tribunal o desejo de encerrar o processo para sustentar as condenações de Hernán López e da empresa argentina de marketing desportivo Full Play.
Os dois foram considerados culpados em março de 2023 por conspiração para fraude electrónica e branqueamento de capitais, ligado ao pagamento de subornos a líderes do futebol internacional para assegurar direitos de transmissão televisiva.
Essas condenações foram invalidadas por recurso alguns meses após, e restauradas em julho deste ano.
O processo constituiu um dos vários derivados de uma vasta investigação sobre corrupção lançada em 2015 pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ, na sigla em inglês), que resultou na demissão do presidente da FIFA na altura, Joseph Blatter.
Num documento submetido ao Supremo Tribunal, onde López pedira revisão da sua sentença, os procuradores indicaram que o encerramento do caso representa o "interesse da Justiça", sem fornecer pormenores adicionais.
Solicitaram o regresso do caso a um tribunal inferior para o arquivamento oficial.
"Sinto-me grato por a verdade ter prevalecido e acredito que mais desta verdade ainda emergirá", escreveu López, detentor de dupla nacionalidade americana e argentina, na rede X na noite de terça-feira.
Embora não existam sinais de envolvimento de Donald Trump, o presidente dos EUA concedeu vários indultos, incluindo alguns ligados a crimes de corrupção.
Em fevereiro, Trump instruiu o DOJ a suspender a aplicação de uma lei antiga que impede empresas americanas de corromper funcionários de governos estrangeiros para obter contratos.
López arriscava até 40 anos de prisão e milhões de dólares em multas, após a condenação por conspiração para branqueamento de capitais e conspiração por fraude electrónica.
Ao longo do julgamento, um tribunal americano concluiu que os principais beneficiários do esquema de subornos eram seis dos dirigentes mais influentes do futebol sul-americano.
Entre eles figurava o antigo presidente da Conmebol, o paraguaio Nicolás Leoz, falecido em 2019; o antigo vice-presidente da FIFA e presidente da federação argentina de futebol, Julio Grondona, falecido em 2014; e o antigo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.
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