Campeonato do Mundo na América do Norte acelera com sorteio em Washington
A contagem decrescente para o Campeonato do Mundo de 2026, o maior de sempre no futebol, arranca na sexta feira 5 com a cerimónia do sorteio em Washington, onde Donald Trump se prepara para atrair uma vasta atenção.
De 11 de junho a 19 de julho de 2026, 48 seleções competirão nos Estados Unidos, no México e no Canadá pelo tão desejado título, conquistado pela Argentina de Lionel Messi no Qatar 2022.
O Mundial começa a ganhar contornos a partir das 12h00 locais 14h00 em Brasília desta sexta feira, num espetáculo cheio de atuações e convidados de honra, planeado especialmente pelo presidente norte americano.
O republicano será anfitrião em dois momentos, após a sua sugestão do Kennedy Center, uma instituição que preside, ter sido aceite como local para um sorteio que quase regressou a Las Vegas, tal como no Mundial de 1994.
Dentro dos limites da neutralidade política, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, desenvolveu uma relação próxima com o líder dos Estados Unidos, o país que acolhe 11 das 16 sedes do Mundial, contra três do México e duas do Canadá.
Com vários gestos e elogios, Infantino obteve um acesso privilegiado à Casa Branca e a outros locais de poder político, mas o aspeto disruptivo de Trump continua a pairar sobre o grande evento do futebol.
O magnata ameaçou afastar jogos de cidades geridas pela oposição se achar que não são seguras e impõe restrições migratórias que podem afetar adeptos estrangeiros, para além de manter relações tensas com os outros governos promotores do torneio devido às suas demandas tarifárias.
Tanto a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, como o primeiro ministro canadiano, Mark Carney, tencionam deslocar se para um sorteio no qual, salvo surpresa, Trump será distinguido com um Prémio da Paz recentemente criado pela FIFA.
Espetáculo de estrelas
A supermodelo Heidi Klum e o comediante Kevin Hart serão os apresentadores num palco onde atuarão Andrea Bocelli, Robbie Williams e Village People, criadores do hino Y.M.C.A. que Trump adotou na sua campanha eleitoral.
O ex jogador inglês Rio Ferdinand liderará o sorteio com a assistência de quatro ícones do desporto americano: Tom Brady, Shaquille O'Neal, Wayne Gretzky e Aaron Judge.
O conjunto terá nas mãos o destino das 48 seleções participantes, seis das quais ainda serão apuradas nos play offs intercontinentais e europeus.
Dos potes sairão 12 grupos de quatro equipas num processo com restrições e regras inéditas que elegem como cabeças de chave a Argentina, campeã mundial e americana, e a Espanha, campeã europeia.
Caso terminem no topo das suas chaves, as equipas lideradas por Messi e Lamine Yamal só se poderiam cruzar na final no MetLife Stadium em East Rutherford, nos subúrbios de Nova Iorque.
França e Inglaterra, outras nações com as melhores posições no ranking da FIFA, também não se defrontariam antes pelo menos das meias finais.
O quarteto fará parte do primeiro dos quatro potes juntamente com as três equipas anfitriãs, além de Brasil, Holanda, Bélgica, Alemanha e Portugal.
Cristiano Ronaldo, noutro marco desta edição, terá a chance de atingir um recorde de seis Mundiais disputados, tal como Messi, que ainda hesita em confirmar a sua presença, apesar de continuar a marcar golos pela seleção e pelo Inter Miami.
Ameaças nos potes
Pelo futebol sul americano, Colômbia, Uruguai e Equador estarão no segundo pote e Panamá e Paraguai, no terceiro.
No quarto pote figurarão os sobreviventes dos play offs. Se a Itália lograr a sua primeira qualificação para um Mundial desde 2014, alguma seleção favorita poderá defrontar uma tetracampeã mundial ainda na fase de grupos.
A expansão do torneio de 32 para 48 equipas também facilitou o acesso de pequenas nações como Cabo Verde ou Curaçao, frustrando ainda mais seleções excluídas como Costa Rica, Nigéria e Camarões.
Os dois primeiros classificados de cada grupo, mais os oito melhores terceiros, avançarão para a fase eliminatória, que desta vez iniciará com uma ronda de 16 avos de final.
O sorteio também revelará o adversário do México no jogo de abertura, que se disputará no icónico estádio Azteca, na Cidade do México.
A FIFA divulgará o calendário completo de sedes e horários dos 104 jogos a partir de sábado 6.