América do Sul arranca com pioneira Liga das Nações de futebol feminino para a Copa de 2027
A partir desta sexta-feira 24 nove equipas femininas da América do Sul darão o pontapé de saída histórico à Liga das Nações as primeiras eliminatórias para a Copa do Mundo no continente este torneio elevará o nível de competição na modalidade.
Sem o Brasil já apurado como anfitrião do Mundial de 2027 as seleções da Argentina Bolívia Chile Colômbia Equador Paraguai Peru Uruguai e Venezuela vão disputar duas vagas diretas e duas para o play-off intercontinental.
Apesar da ausência notável da Seleção Brasileira vencedora da Copa América este ano as eliminatórias que se prolongam até junho de 2026 são essenciais para a consolidação do futebol feminino.
"Para todos os que seguem é um momento histórico são etapas importantes que vão permitir que o futebol feminino continue a evoluir" disse à AFP a treinadora argentina Daniela Díaz.
Díaz que orienta a Universidad Católica do Equador emociona-se ao considerar o impacto que o torneio terá nos adeptos e nas seleções.
"As pessoas vão poder deslocar-se aos estádios e isso é algo novo para o futebol feminino que a equipa visitante sinta o apoio da sua torcida" comentou. Para as jogadoras "tudo será uma aprendizagem".
"Estas eliminatórias vão ser muito exigentes pelo que observei na Copa América. Por isso creio que todos os jogos serão relevantes essa visibilidade fará com que todos progridam" previu a treinadora.
Elementos inéditos
Bolívia e Equador disputarão o jogo inaugural às 18h00 horário de Brasília na cidade de El Alto a 4150 metros de altitude.
No mesmo horário a Venezuela acolherá o Chile em Barquisimeto.
O torneio trará "muitos elementos novos para todos e quem os gerir melhor tirará partido" observou recentemente Díaz.
Para a comentadora colombiana María Franco a ausência do Brasil nestas eliminatórias cria a ideia de que qualquer equipa pode vencer qualquer outra graças à vantagem do fator casa.
"Qualquer seleção que tenha de defrontar a Bolívia por lá vai penar e bastante" estima Franco diretora do portal Matchday Woman.
A Argentina também entrará em campo na sexta-feira recebendo em Buenos Aires o Paraguai que na Copa América contou com uma das melhores marcadoras o jovem talento Claudia Martínez.
A Colômbia candidata forte a uma das vagas no Mundial encerrará a primeira jornada frente ao Peru em Medellín.
A seleção uruguaia só debutará na segunda ronda a 28 de outubro.
Potencial de base
A Copa do Mundo feminina de 2027 será a primeira a realizar-se na América do Sul.
"Acho que vai ser especial" pois o Brasil "é um país tão apaixonado" pelo futebol o espetáculo está garantido afirmou Franco.
Os olhares já se voltam para estrelas como a colombiana Linda Caicedo as argentinas Florencia Bonsegundo e Yamila Rodríguez e as chilenas Antonia Canales e Christiane Endler que regressa à Roja após dois anos.
"A América do Sul sempre teve potencial de base" comentou Díaz.
"As jogadoras sul-americanas são muito competentes de grande qualidade possuem essa audácia que nós sul-americanos temos para jogar futebol. Essa vitalidade essa capacidade de leitura de jogo" sublinha a treinadora argentina.
Felipe Núñez comentador de futebol feminino considerou que seleções como Colômbia Argentina Paraguai e Uruguai se encontram num patamar superior para esta prova.
Por outro lado Peru e Bolívia que revelaram um desempenho fraco na Copa América padecem do facto de as suas ligas nacionais "não terem progredido".
Mas Díaz não afasta a chance de que dadas as condições impostas pelas eliminatórias essas seleções e as suas jogadoras possam surpreender.