Tribunais de Trinidad e Tobago recusam extradição de antigo vice da FIFA para os EUA

O cidadão de Trinidad e Tobago Jack Warner, antigo vice presidente da FIFA que recebeu uma proibição vitalícia de actividades ligadas ao futebol e enfrenta acusações de corrupção por parte das autoridades americanas, que pretendem levá lo a julgamento, não será extraditado para os Estados Unidos, conforme decidiram esta terça feira (23) os tribunais do seu país.

Warner encontrou se no epicentro do escândalo de corrupção que abalou a entidade máxima do futebol mundial em 2015, designado como Fifagate, o qual resultou em detenções efectuadas pelo FBI em Zurique, na Suíça, servindo de introdução aos processos contra diversos dirigentes desportivos, na sua maioria oriundos da América Latina.

Warner foi posto em liberdade, anunciou a juíza Karen Reid, de Trinidad e Tobago, no final da audiência, declarando a suspensão permanente do processo de extradição.

O antigo dirigente, com 82 anos, foi libertado após pagar uma caução de 370.000 dólares (R$ 1,96 milhão, na cotação actual).

Nada consegue eliminar a dor e a humilhação que senti nos últimos dez anos, sem esquecer a minha detenção, declarou Warner numa curta declaração à AFP.

A decisão encerra uma longa disputa judicial de uma década sobre a validade ou não de um acordo de extradição entre os Estados Unidos e o arquipélago caribenho, conhecido pelas suas praias e pelo seu carnaval.

Warner, antigo membro do comité executivo da FIFA, votou a favor da atribuição à Rússia e ao Catar do direito de organizar os Mundiais de 2018 e 2022.

Trinidad e Tobago qualificou se apenas uma vez na sua história para o Mundial, em 2006, altura em que Warner presidia à federação de futebol do país.

Em Novembro de 2023, o líder desportivo foi condenado pelas autoridades do seu país a pagar mais de 220 mil dólares (R$ 1,16 milhão, na cotação actual) a um empresário local, num caso em que Warner se havia comprometido a reembolsar um empréstimo do empresário com uma subvenção futura da FIFA.