Protesto a favor da Palestina antes do encontro entre Itália e Israel acaba em confrontos
A polícia utilizou jatos de água para dispersar os ativistas pró-palestinos que, no fim de um protesto nas vias de Udine, pretendiam avançar em direção ao estádio onde se disputava o jogo entre Itália e Israel, observou um repórter da AFP.
Várias dezenas de participantes, alguns equipados com fragmentos de madeira, esforçaram-se por abandonar a zona reservada aos protestos e foram contidos por agentes equipados com material antiriotas.
Foram lançados também foguetes, o que obrigou as forças de segurança a recorrerem aos jatos de água.
Estes episódios verificaram-se no encerramento de um protesto que atraiu milhares de indivíduos, ao mesmo tempo que, a poucos quilómetros de distância, Itália e Israel competiam nas qualificações europeias para o Mundial de 2026.
Os ativistas percorreram as ruas de Udine em marcha contra o suposto genocídio israelita. As manifestações decorreram de modo tranquilo, com um elevado dispositivo de segurança, que, conforme indicaram as autoridades regionais, envolveu mais de mil polícias e militares, para além de helicópteros e drones.
Os presentes agitavam bandeiras palestinas, placards a condenar a morte de crianças e cartões vermelhos, aludindo às normas do futebol, dirigidos contra o genocídio.
O pacto de trégua em Gaza alcançado na segunda-feira e a permuta de reféns por detidos entre Israel e o Hamas não atenuaram o empenho dos manifestantes.
Foram instalados pontos de verificação perto do estádio Bluenergy, e os adeptos tiveram de ultrapassar barreiras de betão e detectores de metais para presenciar um encontro vital para a Itália na corrida a um lugar no Mundial do próximo ano.
Apelo à exclusão
Estamos contentes por os bombardeamentos terem cessado, mas a nossa posição estende-se para lá de Gaza: opomo-nos à ocupação e ao apartheid que impactam todos os palestinos, afirmou à AFP um elemento do Comité de Udine pela Palestina.
Este grupo integra as cinco organizações que planearam a marcha, apoiada por mais de 340 coletivos ativistas de todo o país italiano.
Os promotores exigiram igualmente à FIFA a exclusão de Israel das provas internacionais, tal como sucedeu com a Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022.
O partida reveste-se de importância acrescida, face à posição frágil da Itália na qualificação para o torneio.
A Azzurra figura no segundo posto do Grupo I das eliminatórias, com seis pontos de desvantagem para a Noruega e três de margem sobre Israel. Ainda assim, a equipa italiana possui um jogo em atraso face a estes adversários.
Apenas os primeiros classificados de cada série asseguram uma presença direta na Copa de 2026.